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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Colmeias (Caixas) de Proteção e Cavaletes

COLMEIAS (CAIXAS),  CAVALETES 

Desta vez nós vamos comentar  sobre a nossa experiência com os modelos de colmeia que utilizamos  durante a implantação do Meliponario das Nascentes, em relação a escolha  e a construção das caixas que abrigam as colmeias de ASF do s e os respectivos cavaletes.

Primeiro, antes de abordar sobre os modelos de caixas gostaria de fazer um agradecimento e o reconhecimento a todos os meliponicultores que utilizam a sua engenhosidade para desenvolver  e projetar os mais variados modelos de  caixas  existente no momento e que colocam a nossa disposição.

A nosso escolha foi feita de acordo com  nosso critério de avaliação que levou em conta a  praticidade
com o manuseio das colméias,  sempre levando  em consideração reduzir ao mínimo a interferência
gerada durante a colheita do mel, assim como na multiplicação dos enxames.
Existem no momento uma variedade de modelo de caixa que foram desenvolvidas pelos meliponicultores
depois de muita observação e na visão de quem desenvolveu um determinado modelo  apresenta as suas vantagens e desvantagens.
Uma ressalva a caixa deve sempre se adaptar as necessidades do meliponicultor e criar mínimo de interferência em relação a colméia.
 A escolha da madeira mais apropriada, custos, espessura e a  proteção contra intempéries são itens importantes que devem ser bem avaliados. Na regiçao aonde se encontra o Meliponario das Nascentes
a precipatação pluviométrica durante o verão é o outono é muita alta e a escolha caiu sobre a tabua de
peroba amarela e o cedrinho com 3 ½ cm de espessura e depois da caixa pronta externamente foi aplicado
uma proteção com verniz ecológico e pintura a óleo.
Atualmente o telhado de proteção das caixas é de telha de barro, mas já estamos preparando uma forma
para construir telhado de verniculita+cimento e com pintura adicional. O telhado projetado com verniculita permite que seja possível projetar e construir um abrigo mais adequado que acaba prolongando a vida da
caixa e também a entrada de água durante as chuvas mais fortes.
No Meliponario das Nascentes, escolhemos para avaliação os seguintes tipos de caixa, de acordo com as espécies de ASF que estamos criando, levando em consideração o tamanho do ninho, quantidade de abelhas
e a facilidade no manejo.

a)      Caixa Racional Fernando Oliveira_INPA
b)      Caixa Inteligente Pedro Paulo
c)      Caixa PNN (novo modelo)

Para facilitar o manuseio das caixas, foi colocado uma identificação na lateral aonde consta a data, tipo
de abelha, caixa mãe ou caixa filha.

Foi levado em consideração durante a escolha das caixas aquelas  que facilitassem tanto a colheita do
mel e a multiplicação dos enxames e como principal requisito que fosse evitado ao máximo molestar
o ninho para evitar a perda de feromonio e faciliatar a entrada dos inimigos naturais das abelhas
(formigas, aranhas e os temidos forideos) durante e após manipulação em função da coleta ou durante
a multiplicação dos exames, além do  tamanho correto da caixa em relação a parte térmica e a oferta
de pólen e néctar nos arredores do meliponario.

CAIXA RACIONAL FERNANDO OLIVEIRA-INPA

Para as colméias da abelha Tujuba  (Melipona Rufiventris ) foi escolhido  
a caixa racional desenvolvida pela Fernando Oliveira INPA, com os
melhoramentos que foram introduzidos pelo Marcos A. P. Andrade e
José H. Piol, que dificulta  a penetração de invasores e também facilita
muito durante o processo de divisão da colônia.




Foto 1: Caixa Racional Fernando Oliveira- INPA

CAIXA INTELIGENTE PEDRO PAULO

No caso das mandaçaias (m.q.q.) e mirim (plebéia droryana)
nós optamos pela caixa inteligente desenvolvida pela Pedro Paulo
da AME-RIO (foto 2) para avaliar a facilidade e também a
e também a adaptação dos enxames, lembrando que para cada
especie a caixa deve ter uma dimensão apropriada.

Até o momento as mandaçaias e o enxame da mirim (plebéia
droryana) estão se adaptando muito bem a este modelo de caixa.
Já selecionei 2 novas caixas de mandaçais para fazer a
multiplicação durante a próxima primavera de 2011.




















Foto 2: Caixa Inteligente (mirim plebeia e abelhas mandaçaia)                    

CAIXA PAULO NOGUEIRA NETO (Novo modelo)

Como estamos na fase de avaliação escolhi este novo modelo que
foi desenvolvido pelo Professor Paulo Nogueira Neto, decidimos alojar
as abelhas que possuem ninhos grande com muitas abelhas como a
Mandaguari Amarela (Scaptotrigona Xantrotricha)  e Mandaguari Preta
(Scaptotrigona Postica)
A gaveta ou alça básica, mede externamente 33cm de comprimento
x 20 cm de largura e 8 cm de altura, em peças e a espessura da madeira
é que utilizamos para a fabricação da caixa é de 3 cm de espessura.

A GAVETA ou ALÇA DE BAIXO, fica a entrada da colméia. Possui

paredes de frente e dos lados com as outras gavetas e um piso maior
composto somente por uma taboa de 29 cm x 16 cm, que serve de chão
da colméia. Sempre deve conter muitos potes de alimentos.
Conforme as espécies, se for necessário, use 1 ou 2 ou 3 GAVETAS
ou ALÇAS destinadas a conter potes de alimento.

Devem ser colocadas sobre a GAVETA ou ALÇA DE BAIXO. Essas
ALÇAS ou GAVETAS para os potes  tem o seu piso formado por 3
taboas de 8 cm, com espaço entre as taboas do piso e também entre
o piso e as paredes lateriais.

Cada espaço desses mede cerca de 1,3 cm de largura x 16 cm de
comprimento, para permitir a livre passagem das abelhas.

Os espaços vazios para passagens de abelhas no piso podem ter
1,5 cm de largura (anchura)
com o uso de taboas algo mais estreias no piso, se for necessário.
Acima das gavetas usadas para armazenar potes, está a CÂMARA
DE CRIA, destinada a abrigar favos de cria. A base da CÂMARA DE
CRIA é uma GAVETA ou ALÇA comum, dessas aqui descritas para
receber os potes de alimentos.

Finalizando este tópico, ressaltamos que  caixa deve ter duas
características muito importante sendo a primeira delas  se adaptar
as necessidades do meliponicultor e a segunda facilitar ao máxima a
manipulação e reduzir ao mínimo as interferência em relação a colméia.

C    A    V    A    L    E    T    E    S

Atualmente,  a experiência que nós obtivemos durante a implantação do
meliponario e a fase de observação nos orientaram na escolha de  cavaletes
individuais porque facilitam em muito o manuseio e evitam movimentos desnecessários,
que possam vir a causar danos ao ninho.
Nós optamos por construir cavaletes de concreto com base de apoio em
madeira tratada.  Estamos considerando construir no futuro próximo abrigos
coletivos.















Durante a implantação dos cavaletes levamos em consideração a
distância de 2 m (dois) entre uma e outra caixa adaptamos uma proteção contra
invasão de formigas aplicando óleo queimado e graxa de modo a não permitir que
as formigas e outros insetos rasteiros consigam  acessar a entrada das colméias.
A altura do cavalete depois de implantando ficou com 1,20 metro de
distancia do chão.

 

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Como implantar um meliponário (experiências do autor)

COMO IMPLANTAR UM MELIPONÁRIO (EXPERIÊNCIAS DO AUTOR)
Neste artigo procuro relatar a minha experiência pessoal e mostrar as pessoas que estão inclinadas a implantar um meliponário quer seja na area urbana como  rural, os cuidados que devem ser observados de modo a que o investimento em infraestrutura e na obtenção das abelhas não sejam perdidos e o meliponicultor  se sinta feliz e realizado.

Vale ressaltar que não abordo aspectos de ordem econômica, retorno financeiro, etc., mas sim o sucesso na implantação do meliponario e na sua continuidade e propósito;
a)       Que tipos de ASF devem fazer parte do meliponário;
Para um iniciante é necessário identificar quais são os tipos de ASF que existem naturalmente no ambiente da sua região, levando sempre em consideração aspectos relacionados com a temperatura e a umidade, além do pasto apícola que vai estar disponível na região por exemplo em um raio de 1Km ao redor do meliponário.
Existem criadores que não havendo disponibilidade de alimento natural (pólen e néctar)que possa ser retirado das flores, alimentam as suas abelhas com mel de APIS ou fazem um preparado especial contendo açúcar, água,mel e outros ingredientes.
O iniciante antes de qualquer coisa deve primeiro conversar com meliponicultores experientes e também consultar por exemplo o site (www.ib.usp.br/beesp/ ) no qual é possível identificar quais são as abelhas mais adequadas para a criação na sua região.
Não sou contra os meliponicultores que criam ASF provenientes de outras regiões do Brasil, mas no meu caso a experiência não foi boa porque apesar de todos os cuidados as abelhas não se adaptaram e foram definhando e morreram, mesmo com todo o cuidado e atenção que eu tinha com a alimentação, controle da umidade, forideos, espessura da madeira da colmeia, etc., houve perda dos enxames, dinheiro e tempo e a frustação.
Realmente a beleza de algumas espécies que não existem na região  podem nos induzir a um erro de avaliação, na hora da escolha das espécies que irão compor o meliponario!
B) LOCALIZAÇÃO DO MELIPONÁRIO
O meliponário deve ser localizado, se possível em um terreno plano aonde  existam arvores que possam servir de sombra e proteção contra os ventos para o conjunto de colméias que irão compor o meliponário.
Caso você esteja pensando em implantar o meliponário em uma area rural escolha um local próximo de riachos, córregos e nascentes que forneçam água potável e fiquem afastados de galinheiros, currais ou pocilgas porque algumas ASF tem o habito de coletar as fezes de aves e animais destes locais para construir/identificar com odor a entrada do ninho.
Uma outra alternativa é utilizar a própria estrutura da residência (Varandas, galpões) como locais para fixar as colméias que não devem pegar sol diretamente.
C) QUAL O TIPO DE ASF PARA SE COMEÇAR UM MELIPONÁRIO?
A espécie mais indicada para iniciantes é a abelha jataí que é uma abelha dócil e de fácil manuseio não esquecendo de manter uma certa distancia (1 metro) entre as colméias.
As caixas devem ser pintadas de cores diferentes que facilitam a identificação por parte das abelhas.
O pedestal que vai servir de suporte para as colméias deve ter uma altura mínima de 50 cm do chão.
Projete uma espécie de reservatório ao redor do pedestal para proteger as abelhas do ataque de formigas!
Com a evolução do aprendizado o meliponicultor pode criar outras espécies se  existirem na região como a mandaçaia, irai e outras.
D) PASTO (FLORA) APICOLA
As flores são essências para o sucesso do meliponario. Para isto é necessário que o meliponicultor iniciante observe quais as espécies de plantas/flores que forneçam pólen e néctar a maior parte do ano no local. Não esqueça de registrar a época da florada das espécies e montar um calendário apropriado para a sua região.
Contribua com a natureza melhorando o pasto apícola ao redor do meliponario plantando espécies que sejam benéficas para as abelhas (asf).
Existem espécies de plantas que além de fornecer o pólen e o nectar também produzem frutos que certamente podem fazer parte da mesa do meliponicultor tais como; pitanga, goiaba, araçá,carambola,ameixa preta, laranjeira, limoeiro, pêssego, tangerina, tamarindo.
O meliponicultor iniciante também deve se informar se na sua região existem plantas que sejam toxicas para as ASF como o mulungu (tília ssp)barbatimão (stryphnodendron adstingens), tulipeira do gabão (spathodea campanulata), cangará-canê (tanaecium nocturnum).
E) Quantas caixas devem ser instaladas por meliponário
O que vai determinar a quantidade de caixas/meliponário é o pasto apícola da região e o tipo/quantidade de abelha/colmeia que se pretende criar. Para que o meliponicultor possa dispensar uma atenção melhor para as abelhas é de 90 caixas para abelhas pequenas, 80 caixas para abelhas médias e 50 caixas para abelhas grandes (uruçu)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pasto Apicola do Meliponario das Nascentes

Oferta de Polén e Néctar para as Abelhas Indígenas

A nossa preocupação antes de implantar o Meliponário das Nascentes  foi com o alimento para as abelhas ASF (pólen e néctar). Por este motivo  plantamos varias espécies de plantas nativas que produzem flores e contribuem para que as abelhas tenham condições de sobreviver sem a necessidade da alimentação artificial de forma continua.

Nós também temos um pomar formado por uma variedade muito grande  de tipos diferentes de frutas nativas e exóticas tais como laranja, limão, li chia, abacate, goiaba,umbu, caju, bergamota, carambola, manga, cereja do campo, ameixa, guaraná, grumixama,ingá, acerola, pitanga, amora, coco, caja manga e tantas outras que em determinadas épocas oferecem suas flores para as ASF. 

Plantamos uma outra quantidade de plantas que produzem flores e que atraem uma variedade de abelhas tais como a aroeira branca, canela amarela, canafistula, astrapeia, cereja do Ceilão, e tantas outras.

A nossa regra é utilizar alimento artificial somente durante os dias prolongados de chuva e no inverno porque neste período a oferta de alimento reduz drasticamente.

Veja as fotos e a relação das plantas que fazem parte do pasto apícola, além daquelas que as ASF encontram lá na mata da Serra.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ABELHAS MELIFERAS

                        Biologia das Abelhas

As abelhas nativas estão classificadas cientificamente como Meliponineos e pertencem a ordem Hymenóptera à sub-familia Meliponinae e agrupadas em três tribos; Meliponini, Trigonini e Lestrimelitini,

Foto 1: Entrada caracteristica (Melipona)









Foto 2: Entrada caracteristica (Trigonini ) 
                      








Foto 3: Entrada caracteristica (Lestrimelitini)





Conforme podemos verificar nas fotos acima é possível identificar a que tribo pertence uma determinada colmeia observando a forma/material como esta construído a entrada do ninho.

As abelhas sem ferrão brasileiras são os principais polinizadores da quase totalidade das árvores
da floresta brasileira sendo que algumas espécies dependem exclusivamente destes insectos daí a importância na protecção do meio ambiente aonde vivem estas abelhas e o esforço dos meliponicultores na criação e preservação das abelhas indígenas.

A criação das abelhas sem ferrão proporciona as pessoas que fazem o seu manejo uma satisfação pessoal muito grande porque não existe risco de acidente com os enxames. Resumindo os que mais se beneficiam com a criação das abelhas é o meio ambiente e o próprio homem, especialmente devido ao trabalho que as abelhas campeiras executam colectando o néctar e o pólen das flores e com isto contribuindo com a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e garantindo continuidade da espécie.

O meliponicultor deve sempre que possível orientar as pessoas sobre o resultado maléfico que o desmatamento, as queimadas, uso irresponsável de agrotoxicos e o extrativismo incorrecto do mel podem causar as abelhas indígenas, desequilibrando o meio ambiente, trazendo serias consequencias ao homem. 

Comentários Gerais;

As abelhas da subfamília de Meliponinae (Hymenoptera, Apidae) são conhecidas por "abelhas
indigenas sem ferrão porque possuem o ferrão atrofiado e nesta condição não tem condição de ferroar.
Se encontram presentes em vários continentes; América do Sul, Central, Ásia, Ilhas do Pacifico, Austrália, Nova Guiné e África.

Estão  subdividida em duas tribos. Meliponini  formada apenas pelo gênero Melipona, encontrado, exclusivamente, na região Neotropical (América do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini  que agrupa um grande número de gêneros e está distribuída em toda a área de distribuição da subfamília.

}  Todas as espécies de Meliponinae  são  eusociais, isto é, vivem em colônias constituídas por muitas operárias (algumas centenas, até mais de uma centena de milhar, conforme a espécie) que realizam as tarefas de construção e manutenção da estrutura física da colônia, coleta e processamento do alimento, cuidado e defesa da cria.
}   Cada colina é constituída por uma rainha, sendo que em algumas poucas espécies são  encontradas mais do que uma rainha), a qual é  responsável pela postura de ovos que vão dar origem às fêmeas (rainhas e operárias) e  parte dos machos. Vale ressaltar que em varias  espécies, parte dos machos são filhos das operárias).
}  Os machos são produzidos em grande número em determinadas  épocas do ano e podem realizar, esporadicamente, algumas tarefas dentro da colônia, além de fecundarem as rainhas.
}  Normalmente, alguns dias após emergirem (quando a abelha, após terminado seu desenvolvimento, sai da célula de cria), os machos são expulsos da colônia (Michener, 1946,  Kerr (1996).
}  O alimento larval que é uma mistura de secreção glandular, mel e pólen fica depositado nas células pelas abelhas operárias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento é denominado de aprovisionamento massal. O alimento se deposita em camadas  dentro da célula e a larva ingere, inicialmente, a fase líquida, composta por secreções glandulares e mel e por último  o pólen (fase sólida).
}  Durante o crescimento a larva passa por quatro mudas larvais. Após haver terminado de ingerir o alimento, tece um casulo de seda e se transforma em  pupa. A abelha adulta emerge da célula aproximadamente entre (40 e 42)  dias depois da postura. As operárias e os machos têm, mais ou menos, o mesmo tempo de desenvolvimento, enquanto que a rainha se desenvolve em menos tempo em Meliponini (37) dias, aproximadamente, no caso de M. quadrifasciata (Kerr et al., 1996). No caso de Trigonini, as rainhas são maiores que as operárias e levam mais tempo que as operárias e machos para emergir.  

As abelhas são insetos holometabolos, isto é, a fêmea realiza postura de ovos que dão origem as larvas, que são morfológica e fisiologicamente diferentes dos adultos.

}   As abelhas se alimentam, crescem, sofrem  um determinado número de mudas e se transformam em pupa, forma esta que não se alimenta e fica imóvel na célula de cria. Após algum tempo, a pupa sofre uma muda e  se transforma  em uma abelha adulta.
}  No caso de Meliponinae o ovo é posto em uma célula construída com cerume (mistura de cêra, produzida pelas operárias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espécies como a Lambe Olhos  Leurotrigona muelleri (Friese 1900), com cêra pura.
}  Vale ressaltar que  nessas abelhas, a postura envolve um ritual comportamental, bastante complexo (conhecido pelos especialistas pela sigla POP), que compreende interações entre a rainha e as operárias.
}  Este ritual é típico para cada espécie e leva à deposição de alimento na célula, postura pelas operárias de ovos tróficos (ovos postos pelas operárias de muitas espécies, durante o ritual de postura e que serve de alimento para a rainha e que, em alguns casos, é comido pelas próprias operárias), ingestão de alimento pela rainha, postura (da rainha) e operculação da célula.
}    Durante a operculação, eventualmente,  a operária pode realizar postura de ovo que, por não ser fecundado, irá originar macho (a rainha também pode por ovos não fecundados, que originarão machos).
}   As células de cria são agrupadas formando os favos, que na maioria das espécies de Meliponinae são horizontais, algumas espécies de Trigonini constroem favos em forma de cacho.
}      À entrada segue-se um túnel construído com cerume, resina ou barro que vai até a região onde é armazenado o alimento. Em Partamona  (Schwarz, 1939 que compreende 33 especies) , à entrada segue-se um vestíbulo, que em  algumas espécies se parece com  um ninho abandonado estreitando a entrada  interna do ninho. Este tipo de construção é para proteção do ninho contra predadores.
}      O alimento produzido pelas abelhas fica  depositado  em  potes construídos com cerume. Sendo que o mel e o pólen são armazenados em potes distintos.  Em algumas espécies  os potes onde é armazenado o pólen se diferencia  daqueles utilizados para o mel (Trigonini).
}       Na  espécie ( Frieseomelitta)  os potes de pólen são cilíndricos e com tamanho  maior do que os potes de mel que possuem o formato esferico.  A localização dos potes   também são diferentes de acordo com a espécie. Basicamente os potes ficam localizados ao redor do local aonde fica a  área de cria.
}       Os favos de cria são construídos com cerume e na maioria das espécies são horizontais. As células do centro do favo são as primeiras a serem construídas sendo as demais construídas à sua volta, dessa forma, usualmente, a cria da região central do favo é mais velha.
}      No caso de espécies que utilizam ocos em árvores ou parede para construção dos ninhos, esta cavidade é muitas vezes revestida com resina e delimitada com batume feito com resina, geopropólis (mistura de resina com barro) ou cerume, podendo apresentar-se perfurado, permitindo a ventilação e escoamento de líquidos que atinjam o interior do ninho.
}      Espécies que constroem o ninho exposto ou semi-exposto utilizam resina, barro e matéria orgânica em sua construção.  A Trigona utiliza folhas maceradas nessa construção.
}     Algumas vezes usam folhas e brotos de plantas cultivadas, especialmente de laranjas, rosas e nóz macadamia e por essa razão se constituem em séria praga em áreas de extenso cultivo dessas espécies. A Trigona constroe na parte oposta à entrada um escutelo, utilizando para isso lixo da colméia, abelhas mortas e fezes das abelhas. Essa estrutura bastante sólida protege o ninho e serve para sua sustentação.
}       Os meliponíneos possuem colônias perenes e com muitos indivíduos e, para manterem essas colônias, coletam grande quantidade de alimento parte do qual é armazenado na colônia.
}     A existência de mecanismos de comunicação, que variam de espécie para espécie, permitem a esses insetos sociais grande eficiência na exploração dos recursos existentes no ambiente, como fontes de água, alimento ou local apropriado para nidificação.
}     A forma mais simples de comunicação consiste, simplesmente, em dispersar, na colônia, o "cheiro" do alimento que as campeiras estão trazendo.
}       As campeiras correm por dentro do ninho, excitando as demais operárias pela movimentação. Novas operárias saem ao campo em busca da fonte de alimento orientadas apenas por esse "cheiro".
}      Esse tipo de comunicação é encontrado em Trigonisca, Frieseomelitta e Dukeola. Plebeia e Tetragonisca, durante a movimentação dentro da colônia, produzem um som que ajuda a estimular as operárias a saírem em busca de alimento com odor semelhante àquele que estão transportando.
}      Em Partamona, a operária ao voltar de uma fonte de alimento estimula outras operárias, posteriormente, sai do ninho em direção à fonte, sendo seguida por outras operárias. A guia libera durante o trajeto, um feromônio que auxilia na comunicação.
}       Em Nannotrigona, a operária que chega ao ninho com alimento reparte-o com outra operária e durante o processo produz som. O processo é repetido várias vezes tanto pela abelha que chegou com alimento como por aquelas com as quais ela dividiu o alimento. Dessa forma um grande número de operárias deixam a colônia em conjunto em busca da fonte de alimento, e repetem o processo várias vezes, de tal forma que em pouco tempo muitas abelhas da colméia estão coletando na referida fonte.
}  Diversas espécies de abelhas comunicam a localização da fonte de alimento por meio da marcação de uma trilha, com feromônio produzido pela glândula mandibular. Em Melipona, a campeira marca a fonte de alimento e faz marcas na vegetação a alguma distância da fonte, essa pequena trilha ajuda as demais operárias a encontrar o alimento. Operárias que chegam à colméia com alimento, o distribuem a outras operárias, emitindo som característico que indica a distância da fonte
}  As operárias se orientam pelo som e pela trilha marcada junto à fonte.
}  Em diversas espécies de Trigonini, como Trigona, Scaptotrigona, Oxytrigona e Cephalotrigona a trilha de cheiro é contínua da colméia até a fonte de alimento.
}  De espaço em espaço, a operária marca a vegetação com uma pequena gota de feromônio, a distância entre as marcas varia de espécie para espécie. (Lindauer & Kerr, 1960; apud, Kerr et al., 1996). Kerr et al. (1996) descrevem em detalhe os mecanismos de comunicação em várias espécies de meliponinae
}  Nas abelhas, e na maioria dos Hymenoptera, as fêmeas originam-se de ovos fecundados e são diplóides, enquanto que os machos originam-se de ovos não fecundados e são haplóides.
}  Ocasionalmente, quando as rainhas foram fecundadas por machos aparentados, parte de seus ovos fecundados podem originar machos diplóides, nesse caso a rainha da colônia poderá ser morta pelas operárias (Camargo, 1979).
}  Em Trigonini as rainhas são normalmente produzidas em células especiais, mais volumosas, muitas vezes, localizadas na periferia do favo de cria, denominadas realeiras ou células reais. Nessas células, a quantidade de alimento colocada é bem maior que aquela colocada nas células das quais emergem operárias e machos. Em algumas espécies dessa tribo, que constroem o favo em forma de cacho, uma larva presente em uma célula de operária, após ingerir o alimento da sua célula, fura a parede da célula adjacente e ingere o alimento, desenvolvendo-se em rainha (Terada, 1974). Algumas vezes de células reais não emergem rainhas, mas machos gigantes, cujo papel é desconhecido.
Determinação de casta e sexo
}  Nas abelhas, e na maioria dos Hymenoptera, as fêmeas originam-se de ovos fecundados e são diplóides, enquanto que os machos originam-se de ovos não fecundados e são haplóides.
}  Ocasionalmente, quando as rainhas foram fecundadas por machos aparentados, parte de seus ovos fecundados podem originar machos diplóides, nesse caso a rainha da colônia poderá ser morta pelas operárias (Camargo, 1979).
}  Em Trigonini as rainhas são normalmente produzidas em células especiais, mais volumosas, muitas vezes, localizadas na periferia do favo de cria, denominadas realeiras ou células reais. Nessas células, a quantidade de alimento colocada é bem maior que aquela colocada nas células das quais emergem operárias e machos. Em algumas espécies dessa tribo, que constroem o favo em forma de cacho, uma larva presente em uma célula de operária, após ingerir o alimento da sua célula, fura a parede da célula adjacente e ingere o alimento, desenvolvendo-se em rainha (Terada, 1974). Algumas vezes de células reais não emergem rainhas, mas machos gigantes, cujo papel é desconhecido.
}  Em Trigonini, qualquer larva de fêmea, se alimentada com quantidade adequada de alimento, é capaz de se diferenciar em rainha, e não existem evidências de diferenças qualitativas entre o alimento depositado em células que originarão operárias e machos e aquele depositado nas realeiras. Experimentalmente, é possível produzir rainhas, alimentando-se, em células grandes (construídas artificialmente), larvas jovens de operárias com maior quantidade de alimento, retirado de células de operárias ou de machos (Camargo, 1972; Buschini & Campos, 1995).
}  Em Melipona não existem realeiras. As operárias, os machos e as rainhas emergem de células semelhantes. Em Melipona quadrifasciata, os machos emergem, principalmente, de células localizadas na região central dos favos, enquanto que as rainhas emergem, principalmente, de células localizadas na periferia dos favos. Embora exista essa tendência, as rainhas também emergem de células centrais e machos de células periféricas. (Bezerra, 1995).
}  Nessas abelhas, há evidências de que existem fatores genéticos envolvidos no processo de determinação das castas. Kerr (1950) sugeriu que as rainhas fossem produzidas a partir de larvas duplo heterozigotas (AaBb), que houvessem recebido quantidade adequada de alimento. Larvas homozigotas em qualquer dos dois loci (AABb, Aabb, por exemplo), ou nos dois (aaBB, por exemplo) e as duplo heterozigotas, quando recebem menos alimento, dão origem a operárias.
}  Neste gênero também não existe evidência de diferença qualitativa entre o alimento alocado para as operárias, para os machos ou para as rainhas.
}  Em Meliponinae, de um modo geral, rainhas virgens podem ser encontradas nas colméias durante todo o ano. Existem épocas, entretanto, em que são produzidas em maior número
}  Diversas espécies de Trigonini aprisionam rainhas virgens em uma construção de cêra conhecida como célula de aprisionamento de rainha, (Moure, Nogueira-Neto & Kerr, 1958; apud Nogueira-Neto, 1970), nessa célula as rainhas são mantidas por períodos variados de tempo.
}  Em algumas espécies de Trigona, as rainhas armazenam durante seu desenvolvimento grande quantidade de reservas orgânicas e permanecem na realeira algum tempo após o término de seu desenvolvimento.
}  Em Melipona as rainhas virgens podem ser mantidas na colônia por algum tempo, algumas vezes dentro de potes de alimento vazios. Tanto em Trigonini como em Meliponini, alguma dessas rainhas virgens pode substituir a rainha da colméia, em caso de morte desta, ou enxamear junto com parte das operárias para fundar novo ninho, as demais são mortas ou expulsas da colméia pelas operárias
}  Alimento
}  A imensa maioria das abelhas se alimenta de produtos obtidos nas flores. Os meliponíneos coletam néctar das flores e por desidratação e ação enzimática o transformam em mel que é armazenado na colméia.
}  O mel das abelhas sem ferrão apresenta composição diferente do mel de Apis mellifera. São mais fluidos e cristalizam lentamente.
}  A quantidade do mel armazenado na colméia varia muito, havendo espécies que armazenam quantidades muito pequenas, como é o caso de Leurotrigona. Algumas espécies de Melipona armazenam quantidades bastante grandes, sendo que em algumas regiões elas são criadas para produção de mel, como é o caso de Melipona compressipes (Tiúba) no Maranhão.
}  O principal alimento protéico para as abelhas adultas e suas larvas é o pólen. Após sua coleta nas flores, pelas abelhas campeiras, ele é transportado para a colônia onde é estocado, sofrendo alterações físico-químicas, devido a processos fermentativos (Penedo et al. 1976). Esses processos diferem segundo o grupo a que pertence a abelha, e permitem uma melhor assimilação dos nutrientes e melhor preservação do alimento estocado (Machado, 1971).
}  Nos potes de estocagem de pólen, são colocados a massa de pólen, sucos digestivos e microrganismos. Posteriormente, esses potes são fechados, prosseguindo a fermentação que se processa, num primeiro momento, sob condições de aerobiose, ocorrendo sucessão de tipos bacterianos, diminuição do pH e da tensão de oxigênio.
}  O produto inicial, rico em pólen e microrganismos, com pH em torno de 5,0 a 6,0; após alguns dias, dá lugar a uma massa fermentada, de coloração marrom levemente amarelado e odor característico, com pH em torno de 2,6, com baixo número de microrganismos (alguns anaeróbios) estando pronto para ser consumido pelas abelhas (Machado, 1971, Fernandes-da-Silva & Zucoloto, 1994).



Mapa com a distribuição das Meliponas no Territorio Nacional;